terça-feira, junho 05, 2012

AVALIAÇÃO DA REUTILIZAÇÃO DE ÓLEO DE COZINHA NO PREPARO DE SABÃO: UMA ALTERNATIVA SOCIOAMBIENTAL



AVALIAÇÃO DA REUTILIZAÇÃO DE ÓLEO DE COZINHA NO PREPARO DE SABÃO: UMA ALTERNATIVA SOCIOAMBIENTAL



Adilson Vieira Melo; Andréa Faria de Sousa; Bruno Soares Batista e Denise Sousa Faria.
Alunos de Engenharia Ambiental e Sanitária da UNIPAC Bom Despacho

RESUMO:

O descarte do óleo nas redes coletoras de esgoto e lixões, são um grande problema ambiental enfrentado há anos pela sociedade, talvez pela falta de fiscalização ou ate mesmo legislações pertinentes ao assunto. O óleo quando lançado ao meio ambiente de forma incorreta, pode vir a trazer varia consequência, que refletem na própria sociedade, como entupimento de tubulações de esgoto ou contaminação do lençol freático. Atitudes simples como o reaproveitamento do óleo para a fabricação de sabão, poder vir a ser soluções para tais problemas. O trabalho a segui tem como finalidade mostra a viabilidade de se produzir o sabão a partir do óleo de cozinha já utilizado, com um custo baixo e um preparo simples. Mostrando também  A possibilidade de que o reaproveitamento dos óleos seja feito pela sociedade em geral, não apenas como uma  educação escolar ou ambiental, mas com um aspecto social e até mesmo econômico.
PALAVRA-CHAVE:  Sabão; preservação ambiental, óleo de cozinha


1.      INTRODUÇÃO

O óleo de soja tem sido o grande amigo das donas de casa. Mas na parte ambiental ele tem sido o vilão que causa sérios problemas e destruições. Ele age silenciosamente até que ficam evidentes os seus malefícios.
O nosso país é produtor de 9 bilhões de litros de óleos vegetais por ano. Desse total produzido, 1/3 é transformado em óleos comestíveis. O consumo per capita alcança 20 litros/ano, o que proporciona uma produção de três bilhões de litros de óleos por ano no Brasil (OIL WORLD, 2010).
Os principais óleos e gorduras vegetais comercializados são: óleo de soja, canola, amendoim, girassol, óleo de milho, de arroz, de uva, óleo ou gordura de coco de babaçu, óleo ou gordura de coco, óleo ou gordura de palma, de palmiste, óleo de gergelim, óleo misto ou composto, óleo vegetal saborizado e azeite saborizado, óleo de oliva e azeite de dendê (RABELO e FERREIRA, 2008).
Quando lançado nos solos, seja através de lixões, os óleos impermeabilizam e impedem a infiltração de água, e poderá contaminar os lençóis freáticos. O mesmo acontece quando o óleo vem através de efluentes e penetra na composição dos rios. Eles se acumulam nas margens, diminuem a infiltração e aumentam assim a possibilidade de enchentes.
Quando o óleo é jogado na pia e cai na rede de esgoto de nossas casas, boa parte fica grudada nas paredes do esgoto e absorvem outras substâncias, o quê reduz o diâmetro das tubulações, gerando o aumento da pressão e consequentes vazamentos, provocando o completo entupimento do sistema. Quando lançado automaticamente para a rede sanitária das cidades sem um tratamento adequado, ele se espalha pela superfície dos rios, represas e mares danificando a fauna aquática e acabando com o ecossistema. Em contato com a água do mar, esse resíduo líquido passa por reações químicas que resultam em emissão de metano. (MARIAMELIA e ROGER, 2009.)
Os impactos gerados por esse resíduo ocorrem em todos os níveis da sociedade, desde as unidades residenciais até os grandes restaurantes e indústrias. A falta de informações sobre os impactos causados pelo descarte inadequado do óleo, seja jogando nas redes de esgoto ou diretamente nos rios, gera um acúmulo poluidor gradativo nos recursos hídricos, que uma vez contaminados, alteram radicalmente a sua constituição e os ecossistemas que estão nesses corpos de água (CERQUEIRA e SANTOS, 2008).
Este estudo propõe a alternativa de reaproveitamento do óleo para fazer sabão que tem sido considerada a mais simples e rentável produção tecnológica de reciclagem fazendo com que haja um ciclo de vida desse produto. Dessa forma há uma maior facilidade de implantação do projeto até mesmo em parceria com ONGs, entidades e prefeituras. Fornecendo emprego e conscientização ambiental.

2.      DESENVOLVIMENTO
2.1Aspectos legais

A norma 362 do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, de 23 de junho de 2005 em seu Art. 12, legisla que ficam proibidos totalmente os descartes de óleos residuais ou contaminados em solos, subsolos, nas águas interiores, no mar litoral, na zona econômica exclusiva e nos sistemas de esgoto ou evacuação de águas residuais. De acordo com a resolução 357 nos parâmetros permitidos da presença de óleos e graxas nos rios de classe 2, serão virtualmente ausentes (CONAMA, 2005).
Um levantamento sucinto da oferta de óleos residuais de frituras mostra um potencial de oferta no país superior a 30 mil toneladas por ano. Algumas possíveis fontes dos óleos e gorduras residuais são: lanchonetes, restaurantes, indústrias onde ocorre a fritura de produtos alimentícios e condomínios residenciais. Considerando a grande diversidade de estabelecimentos que utilizam esses óleos, é difícil fazer um levantamento preciso da disponibilidade desse resíduo. A organização é mencionada como "uma empresa, corporação, firma, empreendimento, instituição e partes ou combinações destas, mesmo que não sejam à mesma razão social públicas e privadas, que tenham sua própria função e administração". Cláusula 3.12 da ISO 14001(1996).
2.2DESCARTE INCORRETO DO ÓLEO RESIDUAL
O óleo destinado no ralo da pia da cozinha, além de causar odor, aumenta consideravelmente os problemas referentes á recuperação de esgoto. Este óleo descartado acaba alcançando aos rios e até mesmo ao oceano, através das redes urbanas. A presença do óleo na água é facilmente descoberta. Devido ao fato de ser mais leve e menos denso do que a água ele tem a característica de flutuar, não se dissolvendo, mantendo-se na superfície na superfície. Promove-se dessa maneira um obstáculo que atrapalha a entrada de luz e impede a oxigenação da água. Esse fato pode prejudicar e até destruir a base da cadeia alimentar aquática (fito plânctons), promovendo um desequilíbrio ambiental, comprometendo a vida (PARAÍSO, 2008).
O descarte de gordura na rede de esgoto acaba levando á incrustação nas paredes da tubulação e por consequência obstrução das redes, causando sérios prejuízos. Já a destinação do óleo no solo, pode levar a sua impermeabilização, causando poluição e impossibilidade de uso  (PARAÍSO, 2008). e a intoxicação ou contaminação do lençol freático.
Muitos rios em nosso país ainda recebem todo o esgoto do município sem o adequado tratamento.
O lençol freático deste local ficará comprometido pela contaminação originada dos despejos domésticos.
Os órgãos municipais recebem cerca de 600 pedidos por mês para desobstruir esgotos bloqueados por óleo ou gordura. O óleo também vem a atingir córregos e parte de represas, o que pode gerar a impermeabilização do solo e das margens dos rios (RECICLOTECA, 2008).
Muitos comerciantes (restaurantes, bares, pastelarias, hotéis,...) e casas colocam o óleo de soja usado diretamente nas canalizações de rede de esgoto, com consequente incrustação e mau funcionamento das estações de tratamento.
Para extrair o óleo e desentupir as canalizações são empregados compostos químicos tóxicos, com consequências negativas sobre o meio ambiente (MUNDO VERTICAL, 2008).
 
2.3 COMO REUTILIZAR O ÓLEO DE SOJA
Atualmente o óleo  de soja que seria descartado em lixos ralos e pias ,esta sendo destinado  a produção de sabão, biodiesel e a mais nova, a produção de um anti-ferrugem para automóveis.
O sabão é um produto biodegradável, o que significa dizer que é uma substância que pode ser degradada pela natureza. Essa possibilidade de degradação das moléculas formadoras do sabão muitas vezes é confundida com o fato do produto ser poluente ou não. Ser biodegradável não indica que um produto não causa danos ao ecossistema, mas sim, que o mesmo é decomposto por micro-organismos (geralmente bactérias aeróbicas), aos quais serve de alimento, com facilidade e num curto espaço de tempo. ( BLOG AS TECNOLOGIAS DOS SABÕES E O MEIO AMBIENTE, 2011)
Para a fabricação do sabão, foi analisado dois tipos de óleo, o primeiro foi de fritura residual e o segundo o de fritura comercial, onde concluímos que o óleo de soja provindo de fritura residual é mais favorável para a fabricação de sabão, pois sua qualidade é melhor, tendo então um sabão de melhor qualidade.
ORIGEM DO ÓLEO
QUALIDADE
VOLUME
CUSTO
PREPARO
De fritura residencial
++
-
0
++
De fritura comercial
+
++
0
+
(++) muito favorável , (+) favorável, (0) satisfatório, (-) desfavorável,
Para obtenção do sabão foi utilizado uma receita simples que pode ser feita por qualquer pessoa, não esquecendo de se proteger, pois se faz uso de soda. Foram utilizados os seguintes ingredientes:
4 Litros de óleo de soja residencial
1 Kg de soda cáustica em flocos
2 detergentes de coco
2 litros de agua
1 litro de álcool
Gostas de corante
Após misturas todos os ingredientes, mexemos a mistura por aproximadamente 1 hora ate obtermos uma mistura homogenia, que então foi colocada em uma caixa para secar, abaixo segue fotos do preparo:








Inicio do preparo                                                     Após 30 minutos

Após 1 hora                                                              12 horas depois

3.      CONCLUSÃO
Durante o experimento podemos observar que, o preparo do sabão é simples e pode apresentar baixos custos econômicos barato, podendo ser realizado por qualquer pessoa. Os ingredientes podem ser acessíveis são baratos e de acesso a qualquer renda familiar, tem um grande valor ambiental, pois quando se deixa de descartar o óleo nas redes de esgoto ou lixões, estamos contribuindo com o meio ambiente e com atitudes socioambientais, pois o fabrico de sabão pode ser uma renda extra para a família com po nosso bolço também.
A sociedade tem o dever de exigir do poder público necessita pressionar as autoridades para que sejam estudadas e aprovadas legislações eficazes com o intuito da preservação ambiental, priorizando todos os recursos naturais e elementos bióticos e abióticos existente nos ecossistemas. Somente com o apoio da legislação podem-se resolver alguns dos problemas causados pela destinação final inadequada do óleo residual de cozinha. Ressalta-se também que, medidas simples de proteção socioambientais sejam divulgadas e incentivadas para toda a sociedade, visando, efetivamente, à melhoria da qualidade de vida, em um ambiente ecologicamente equilibrado,  de forma a garanti-lo às futuras gerações, como preceitua a Constituição brasileira.


4.      Referencias
http://www.yousol.com

http://projetosabao.blogspot.com.br
.
 http://www.oilworld.biz/app.php. Acesso: outubro de 2010.
RABELO; R. A. FERREIRA; O. M. Coleta Seletiva de Óleo Residual de Fritura para
Aproveitamento Industrial. Goiânia. 2008. 21f. Monografia (Engenharia Ambiental) - Universidade
Católica de Goiás. Disponível em: http://www.ucg.br/. Acesso: setembro de 2010.
CERQUEIRA; E. B. SANTOS; Mª. A. dos. A importância da Educação Ambiental e a reutilização
do óleo residual de fritura na região de Campinas (GOIÂNIA/GO). Morrinhos - GO. 2008. 50f.
Dissertação (Especialização em Gestão Ambiental) - Universidade Estadual de Goiás. Disponível em:
http://www.bibliotecauegmorrinhos.com. Acesso: setembro de 2010.
PARAÍSO. Programa de coleta seletiva de óleo de cozinha usado. Disponível em:
www.paraiso.mg.gov.br. Acessado em junho de 2008.

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