"As escolas entraram no assunto, em princípio, como um modismo, mas sabemos que não dá para ser assim. É uma questão de sobrevivência e o desafio é formar nossos alunos de maneira que as preocupações sociais e ambientais façam parte de suas vidas", diz o diretor geral Francisco Angel Morales Cano. Ele diz que, enquanto as gerações atuais têm que aprender a usar esses conceitos, as próximas devem encarar o tema como algo mais natural.
Entre as iniciativas estão a troca das cerca de 1.200 lâmpadas fluorescentes por 720 de led, que são mais eficientes, e a instalação de lixeiras voltadas para a coleta seletiva. Nas salas de aula, serão dois tipos, uma para papel e outra para os demais resíduos. Nas áreas externas, o lixo será separado em papel, plástico e orgânico, já que latas e vidro não são permitidas na escola. O papel será encaminhado à Associação dos Catadores do Papel Papelão e Material Reaproveitável (Asmare) e o orgânico à Superintendência de Limpeza Urbana (SLU).
Os alunos são envolvidos no projeto e estimulados a mudarem suas atitudes. Nos próximos meses, a escola distribuirá uma revista com dicas de sustentabilidade elaboradas pelos próprios estudantes do ensino médio. "Mudando a postura dos alunos, esperamos também atingir as famílias", diz o diretor.
A mudança mais sensível, porém, será a extinção do viveiro que abriga cerca de 60 periquitos australianos e é o "xodó" das crianças da escola. Os pássaros serão enviados a uma fazenda na região da Pampulha, onde poderão viver em liberdade. "Os pequenos têm uma ligação afetiva com o viveiro e estamos trabalhando para mostrar a eles que as aves não devem viver presas".
No Espaço Escola, também em Belo Horizonte, as ações sustentáveis ficam sob o guarda-chuva do projeto Saber Cuidar, que envolve cuidados consigo, com os outros, com o próprio espaço e com o planeta. "O mais importante é cuidar do presente para, no futuro, colhermos bons frutos", diz a coordenadora pedagógica Adriane de Oliveira e Silva.
Uma das iniciativas é uma Feira de Trocas Solidária, que teve sua primeira edição em 2008. Nela, alunos e famílias são estimulados a trocarem produtos ou conhecimentos sem o uso do dinheiro. Um exemplo foi a troca de mudas de trevos da sorte, plantadas pelos alunos da 1ª série, por azulejos quebrados, que serviram para a reforma do muro das salas do Fundamental I.
O designer fotográfico Dilson Mendes tem dois filhos na escola e aprova a preocupação sustentável. "É importante para formar mais que o aluno, o cidadão. As crianças cobram em casa a redução do lixo, a economia de água, e nós, pais, ficamos até envergonhados, porque elas estão certas", diz.
No Santo Agostinho, além da prática dentro da escola, a intenção é reunir a comunidade da região para pedir à prefeitura a instalação de coleta seletiva no bairro. A meta é coletar cerca de 3.000 assinaturas. (APP)
Além de informar, a escola é a responsável por preparar o sujeito para a vida em sociedade. Os projetos que remetem à sustentabilidade são extremamente importantes na formação de crianças em idade escolar. Ações voltadas para o meio ambiente e para a cidadania despertam sentimentos de solidariedade e responsabilidade, que são diferenciais na personalidade de uma pessoa.
Além da conscientização cidadã, projetos desse tipo nas escolas fazem com que a família comece a se envolver mais com a vida escolar dos filhos, o que potencializa ainda mais o aprendizado. Essa participação faz uma diferença enorme no desenvolvimento. As crianças ficam com maior autoestima e bons sentimentos são estimulados, como o respeito e a confiança.
Um rombo no céu é aberto com essa interferência da escola e da família no aprendizado das crianças. Sem dúvida, estimulando a sustentabilidade entre os alunos, as gerações futuras darão mais valor à natureza, ao trabalho, aos bons valores, ou seja, às atitudes que fazem diferença para transformarmos o mundo em um lugar melhor.
Psicanalista, psicopedagoga e diretora da clínica multidisciplinar Aprendizagem e Companhia
Ele diz que o curso nasceu da constatação de que a questão ambiental como era encarada até há pouco tempo não se aplica mais. "O foco não é mais ambiental, é a sociedade como um todo", diz. Segundo ele, até pouco tempo atrás, os temas ligados à sustentabilidade ficavam restritos a profissionais da área de engenharia. "Hoje, é uma questão inevitável para todas as áreas. Temos alunos com graduação até em literatura", conta.
No Instituto de Educação Tecnológica Belo Horizonte (Ietec), a sustentabilidade está presente em cursos de pós-graduação de diversas áreas, como gestão de negócios, engenharia ambiental integrada, administração de compras e engenharia de processos. "É uma mudança de conceito e de postura dos profissionais. Muitos não tiveram esse tema nem na graduação", diz o presidente do Ietec, Ronaldo Gusmão.
Roberto Guimarães, da IBS/FVG, acredita que o tema ganhará cada vez mais espaço, tanto que, em pouco tempo, o próprio MBA recém-lançado pode ser extinto. "Em dez ou 20 anos, não vai mais ter MBA sobre sustentabilidade. Isso vai ser aprendido na escola", afirma. Em breve, a FGV editará uma norma para inserir a sustentabilidade nos MBAs de todas as áreas.
O professor Elton Santos, um dos responsáveis pelo projeto, diz que a situação não é exceção. "O que vimos, infelizmente, é o que acontece na maioria das cidades", diz "É impressionante a quantidade de comida no aterro, o volume do desperdício", completa. Ele diz que o projeto é importante para que os alunos vejam na prática o que aprendem na teoria. (APP)
QUEM NAO FOI NESTA VISITA DEIXA UM DEPOIMENTO AK OOOOOOOO...
ResponderExcluirQual visita??
ResponderExcluirNós do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da UNIPAC ainda não tivemos nenhuma visita técnica no período letivo de 2011.
Será que esqueceram de nos convidar??!!